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Foto do escritorTarsila Leão

BLW: Baby Led Weaning Uma abordagem sobre o método


Nos últimos anos houve uma grande quantidade de imagens e vídeos na internet que divulgavam bebês iniciando a sua alimentação com alimentos inteiros, em pedaços grandes e que comiam sozinhos, sem a interferência de um adulto. A habilidade daquelas crianças encantou muitos pais e mães, bem como profissionais de saúde que estavam habituados ao método tradicional de alimentação complementar.

Com o auxílio da Internet e suas redes sociais o método BLW - Baby Led Weaning ou desmame conduzido pelo bebê, na sua tradução literal, ficou amplamente conhecido e se tornou uma nova opção para conduzir o primeiro contato dos bebês, ao completarem 6 meses, com a alimentação.

O que é?

É um método de introdução alimentar natural que respeita a autonomia dos bebês no consumo de alimentos sólidos. É respeitoso por manter os princípios da livre demanda preconizados na amamentação, visto que a criança determina o momento, o tipo e a quantidade de alimentos que irá consumir.

Esta oferta é exclusiva de sólidos e neste momento da alimentação são estimulados

outros aspectos do desenvolvimento do bebê que incluem a percepção, a articulação motora e visual, bem como o desenvolvimento e respeito aos passos de alimentar-se que incluem pegar o alimento, levar a boca, morder, mastigar e posteriormente engolir.

Ele é baseado no principio que o leite materno ainda é a principal fonte de nutrientes para o bebê e a transição para alimentos acontece de forma gradual, de modo que o interesse pelos alimentos para saciar a fome vai se tornando maior, reduzindo o consumo de leite materno.

Um dos principais objetivos é proporcionar a exploração do alimento pelo bebê, conhecendo as suas cores, cheiros, texturas e sabores de forma separada. Deve-se, portanto neste método ter confiança no bebê e respeitar o tempo dele.

Como se faz?

Neste método, os alimentos sólidos são expostos na sua forma natural para a realização de contato e estímulo visual, em tamanho e formato que o bebê possa pegar/capturar com a mão. A exposição é realizada no “bandejão” que acompanha a cadeira de alimentação da criança.

Estes alimentos são expostos separadamente (inicialmente no máximo 3) ou de forma isolada diretamente no bandejão. Evita-se pratos ou outros itens juntos aos alimentos, visto que inicialmente estes alimentos (por serem uma novidade para a criança – nunca exposta a eles anteriormente) despertam o interesse da manipulação pela criança, assim como o prato passará a ser mais um item atrativo para a manipulação da criança, desviando a atenção do alimento.

O método prevê que o bebê esteja sentando junto com a família, no momento da refeição, como uma forma de aprender todo o contexto que envolve a alimentação. Sugere-se que os itens alimentares ofertados para o bebê sejam os mesmos que a família esta consumindo no dia. Desmistificando a idéia de que a alimentação do bebê deve ser elaborada separadamente o que demandaria mais trabalho e tempo para as mães.

Para tanto faz-se a ressalva que a consistência destes alimentos ofertados deverão ser mais brandos para o bebê (pela ausência de dentes e necessidade de “mastigar” com o auxilio da língua e gengiva), e parte-se do pressuposto que para compartilhar os alimentos da casa, a família de ter (ou passar a adotar) hábitos alimentares mais saudáveis.

Caso não seja possível realizar a alimentação em família, é importante que a mãe e/ou cuidadores estimulem a criança neste processo e se possível consumam alimentos juntamente com a criança como forma de conduzir a aprendizagem pelo exemplo.

Como ofertar os alimentos?

Os alimentos devem ser ofertados na forma de palitos ou fatias longas, de tamanho suficiente para sobrar na mão do bebê. Os alimentos que necessitam ser cozidos devem estar em uma textura que seja fácil de amassar. Para se ter noção desta consistência é importante pegar um pedaço, provar e tentar amassar o alimento com a sua língua.

Os alimentos com talos (brócolis, couve flor) devem se mantidos para facilitar a captura com as mãos.

É importante que não existam distrações no ambiente, evitar sons, televisão, brinquedos e outros atrativos por perto. O momento é de alimentar-se e toda atenção da criança deverá estar voltada para a interação com o alimento.

Neste método, não há restrição de quais alimentos devem iniciar a introdução. Tradicionalmente no Brasil as frutas são as primeiras escolhas, e para tanto devem ser respeitados os intervalos de 2 dias repetindo a mesma fruta antes de introduzir outra fruta nova, para identificação de possíveis intolerâncias e quadros alérgicos.

Como preconiza-se a autonomia e livre demanda do consumo de sólidos não se tem uma recomendação do número de refeições complementares. Porém, é importante que durante a introdução alimentar tente-se manter um padrão de 2 lanches (manhã e tarde) e 2 principais refeições (almoço e jantar) até os 11 meses. Este padrão de refeições é importante para a formação dos hábitos da criança que serão mantidos por toda a vida.

Inicialmente o alimento será um atrativo para ser manipulado e a associação deste como uma forma de saciar a fome pode demorar a acontecer. Portanto muitas vezes expor a criança com fome a manipulação do alimento, acreditando que ela irá suprir a fome com o que foi ofertado, é muitas vezes frustrante até porque o fato da criança estar com fome torna-a desinteressada pelo alimento.

Desta forma, até o bebê associar o momento de comer e conseguir direcionar o alimento e deglutí-lo a exposição deverá ser em momentos em que a criança estiver tranquila e saciada. Após a associação correta do momento de se alimentar e a manipulação dos alimentos com a saciedade é que a criança passará a ser exposta no momento da fome.

Então, após essa breve introdução, eu imagino que vocês, pais, devam estar se questionando sobre as vantagens e desvantagens do método; o momento que deve iniciar...Assim, convido a todos para conferirem a continuação desse texto sobre BLW na próxima publicação, acompanhem nosso blog e enviem seus comentários e dúvidas.


Carla Magalhães

carla@amama.com.br


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